A dinâmica que irá reger o mercado de trabalho no Brasil em 2021, no tocante a geração de empregos formais, já pode ser vislumbrada pelos números fornecidos pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Novo CAGED, com dados atualizados até fevereiro/2021 pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (BRASIL, 2021).
A metodologia do Novo CAGED passou a ser aplicada em janeiro de 2020. Devido a esta circunstância, as análises realizadas neste artigo consideraram os períodos posteriores ao mês de dezembro/2019. Desta maneira foram comparados somente os dados coletados após a implantação desta nova metodologia.
De acordo com os dados do Novo CAGED, no mês de janeiro de 2021 o saldo de empregos formais no Brasil ficou positivo em 260.353 postos de trabalho. No mesmo mês de 2020 esse saldo foi de 117.293 – alta de 121%.
Ao se estratificar esses resultados, constata-se que em janeiro/2021 os números dos postos de trabalho em todas as cinco grandes atividades econômicas pesquisadas foram positivos e superiores a janeiro/2020.
Fonte: Brasil (2021).
Ao se analisar os números por este mesmo ponto de vista, mas agora considerando os meses de fevereiro, verifica-se que o saldo total passou de 225.648 em fevereiro/2020 para 401.639 postos de trabalho em fevereiro de 2021 – aumento de 78%.
A atividade de Serviços foi a grande protagonista no excelente resultado apresentado em fevereiro/2021, seguida pela geração dos postos de trabalho registrada na Indústria.
Todas as cinco grandes atividades apresentaram resultados superiores aos registrados em fevereiro/2020, repetindo a performance do mês de janeiro/2021.
Fonte: Brasil (2021).
As taxas de crescimento na geração de postos de trabalho entre janeiro/2021 e fevereiro/2021 demonstraram uma forte recuperação no número de vagas abertas pelo Comércio.
Já a Agricultura apresentou a maior queda na variação da geração de empregos entre os dois primeiros meses de 2021, considerando as cinco atividades econômicas pesquisadas.
Fonte: Brasil (2021).
Nos últimos 12 meses, de março/2020 a fevereiro/2021, o saldo foi positivo em 411.956 postos de trabalho. A atividade econômica que mais abriu vagas nesse período foi a Indústria.
Já o setor de Serviços apresentou o pior resultado, com um déficit superior a 100 mil postos de trabalho. Atividades não informadas (NI) tiveram um déficit de 870 vagas.
Fonte: Brasil (2021).
Os números dos últimos 12 meses demonstram que mesmo na existência de um cenário econômico agravado pela pandemia, as atividades econômicas conseguiram obter um resultado positivo e surpreendentemente relevante na geração de empregos formais no Brasil em 2020.
Esta tendência positiva se mantém atual para 2021, pois os números de janeiro e fevereiro deste ano apontam na direção de um cenário favorável para a melhoria do nível de emprego no país.
Os indicadores mostram, em todas as atividades econômicas pesquisadas, resultados positivos e superiores aos apresentados nos dois primeiros meses de 2020.
Considerando que o país se encontra em uma grave crise sanitária e ainda, que no início de 2020 não existia essa condição adversa, entende-se que mesmo diante das restrições de deslocamento vigentes, os níveis de emprego estão subindo de forma substancial, auxiliando assim a prover importante renda aos cidadãos brasileiros.
A pergunta que fica no ar seria: é apropriado radicalizar nos discursos, contra e a favor das medidas de distanciamento social, que por vezes são necessárias para reduzir o número de contágios e desafogar a infraestrutura hospitalar – para assim defender o emprego?
Os números dos 12 últimos meses, juntamente com as análises isoladas dos dois primeiros meses de 2021 comprovam que não é apropriado manter esta radicalização.
Apropriado seria realizar um planejamento adequado e uma boa gestão para encontrar um ponto de equilíbrio objetivando proteger as vidas dos brasileiros e ao mesmo tempo, manter as atividades econômicas operantes.
Autor: Clóvis Roberto Regis – formado em Engenharia de Produção, com especializações em Gestão da Qualidade e Desenvolvimento Regional.
Referência: BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Novo CAGED. Brasília. 2021.
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